Monday, February 1, 2010

Urinol

Como alguns sabem na altura de decorar a minha casa de banho optei pela retirada do bidé em prol dum urinol. Chega agora o momento de explicar o porquê desta opção.

Antes de mais, para as mulheres que não sabem, uma premissa - 10% da urina expelida pelo homem nunca chega a ver a água no fundo da retrete. Isto porque entre salpicos, o abanão final e as últimas gotas que vão uma para o chão e outra para as calças respectivamente, tudo isto é desperdiçado e suja uma retrete. Ora isto dá origem a um belo aroma que perfuma muitas casas de banho por este país fora. Perante tal realidade restam duas opções aos homens que partilham o wc com mulheres.

A primeira, é sentarem-se para fazer o seu xixizinho. Ora a mensagem que estão a passar é de já cedi em tudo e mais alguma coisa, já não tenho controlo sobre o que vou ver na Tv, já não sou eu que controlo as finanças em casa, os putos são educados por ela e eu sou um mero espectador cá em casa e sou um ser menor que tenho de me sentar mesmo quando ela não está a ver.

Como ninguém quer este rebaixe, resta a segunda opção. A concentração. Isto normalmente não é dificil apesar de tirar algum prazer de urinar livremente como se tivemos num campo aberto. Mas infelizmente nem sempre é possível. Primeiro porque estamos a falar dum orgão esquizófranico. Um dia acorda para um lado, outro para cima, outro escondido etc. Depois temos os vários tipos de repuxo. Há o repuxo certeiro e potente e fácil de controlar, mas que dificulta quando perde a pressão porque temos de calcular a distância/ângulo com que isso vai acontecer. Há o repuxo Jerónimos. Ou seja, estilo a fonte que está em frente aos Jerónimos que sai para várias direcções ao mesmo tempo e suja qualquer retrete. E por fim temos o repuxo carro a tentar pegar. Sai um bocadinho, depois mais um bocadinho, e vai saíndo com diferentes formas e intensidades.

Para além destes problemas temos o tampo. Para as mulheres é fácil. Chegam, levantam o tampo e já está. Ora, para nós, temos o SEGUNDO TAMPO, e este é como se fosse tão pesado como um boing. E nem sempre a vontade com que chegamos ao wc nos permite levantar este segundo tampo. E depois temos de sacar do papel higénico para limpar as invariáveis salpicos que por ele se passeiam. Isto é fácil de ver em qualquer discoteca onde ninguém faz isto e chega-se às 2h da manhã e sentar num trono destes é algo que não desejo a ninguém.

Chegamos assim à minha decisão. Eu na casa dos meus pais tive a sorte de ter uma empregada todos os dias que mantinha o estaminé impecável. Excepto ao fim de semana. Ora, o que acontecia é que ao sábado depois de uma bela noite de copos o segundo tampo era impensável levantar, e graças ao álcool, o trono é uma mera referência para onde temos de o apontar ligeiramente. Ou seja, ao Domingo, não foram raras as vezes que tive nojo de me sentar no meu próprio trono (digo isto com ligeira lágrima no olho). Para não falar do aroma a ácido úrico.

Dado que agora vivo sozinho, e ainda não estão na moda os casamentos gay, não tenho dinheiro para o luxo da empregada todos os dias. Como tal, higienicamente, a melhor opção foi retirar o bidé e instalar o urinol. Let´s face it, quantas vezes é que um homem usa o bidé na vida? O que tem o bidé que não se possa fazer numa banheira? E depois o urinol é uma peça estéticamente bonita e aprazível. Um rasgo de criatividade! Um grito do epiranga! Claro que não é daqueles de casa de banho pública até ao chão. É pequeno e quase... querido. Vantagens? Sento-me no trono com orgulho e com a certeza que não tenho salpicos. Posso até estrelar ovos no trono! E depois é ambiental. Um autoclismo normal gasta entre 10 a 15 litros de água. O urinol gasta menos de 1/4 disso. Eu já estou a salvar o ambiente mijando em pé e cagando em sitios limpos e você? Já salvou o mundo hoje?

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